Às vezes se despedaça, se reitera
Se desgoverna, ele se acelera
Correndo de si sempre à espera
Seu eu avança e a direção se apresenta
Mas em sua faina, a dúvida representa
Não crendo que possa a si transcender
Paralítico ao medo da imperfeição ocorrer
Obstruindo os ouvidos pra não se escutar
Emudecendo o grito pro conflito evitar
Bloqueando o sussurro, murmurando palavras
Que correm nas veias, transladam as falas
Vai narrando no corpo a voz muda do tempo
Cerrando os punhos, sua fúria contendo
Vê-se no espelho e sua alma emudece
Mais uma vez a tempestade adormece
Buscava aplacar o que não é aceito
Um ringue anfêmero com seu preconceito
À luz da quimera, aspirando o perfeito
Entrevendo o préstimo de seu desrespeito
Paula Moura
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