quarta-feira, 15 de julho de 2020

Paradoxo

A expectativa foi como a de uma criança
Que em meio ao caos ainda enxerga esperança
O corpo cresce mas o ser segue a engatinhar
Apagando da mente o que o coração vem relembrar

Não estou pronta pra seguir em frente
Sua ausência ainda em mim se faz presente
Mesmo enraivecendo toda Minh’alma
Ainda com pormenores você me acalma

Quisera eu não mais me importar
Seguir estrada, enfim poder caminhar
Sentir a tormenta e ainda assim a paz encontrar
Respeitar sua liberdade, mas por mim ainda optar

Pensar no que é melhor pra mim sem me prejudicar
Sem me deixar de lado, ouvir o que eu quero de fato
Acolher meus desejos e afrouxar o nó do sapato
Ver mil versões de mim e mesmo assim me identificar

Estou buscando amadurecer
Buscando o que é para meu bem
Me esforçando para crescer
Trabalhando comigo meu próprio desdém

Gostaria que por mim estivesse feliz
Mas me sentencia como ávido e competente juiz
Sem receio, sem lei e sequer piedade
Abalando minhas estruturas, destruindo minha estabilidade

Um dia tudo isso há de passar
Estarei tranquila com a distância sempre existente
Não te cobrarei o que não tens para dar
Repousarei meu sossego em um dia reluzente

Paula Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário