segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Utopia




Decidi passear pela velha cidade

Conhecer seus enredos, sua diversidade

Visitei galerias, vislumbrei obras de arte



Exposições das mais diversas categorias

Veja! Um escultura feita só de energia

Uma variada nuance que se evidencia



Sombra, luz e contra-luz

Como em um retrato silhueta reproduz

Sobressalente ao fio que a conduz



Em um cômodo vazio analogia foi feita

Ali um pescador que em sua rede se deita

Trouxe sua história, tudo a que se sujeita



Visitei um museu que eu não conhecia

Cômodos vagos, com o cenário, em desarmonia

Total contraste com minha ideologia



Longe do perfeito eles se apresentam

Mas com singularidade também me acrescentam

Meu mecanismo sinto que movimentam



Quadros bonitos na parede pendurados

Parecem deixar o lugar mais convincente

Camuflaram a real estrutura ali presente



Se toda essa matéria for então demolida

Por debaixo do solo estará uma alma desfalecida

Uma construção de mim não permitida



Ela trazia mais janelas, mais pinturas

Mais possibilidades, mais aventuras

Trazia mais horizontes e mais bravura



Para quê as trancas se poderia ter livre acesso?

Para quê o chicote se impede meu sucesso?

Para quê as forcas se sufocam meu progresso?



Paula Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário